segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

O futebol em uma comunidade

Para inaugurar esse blog, pensei em escrever sobre esporte. Confesso que sou fascinado pela prática esportiva, seja qual for, embora eu ande meio sedentário ultimamente. Os benefícios que o esporte proporciona vão muito além da saúde, comportamento ou qualidade de vida. Eu acredito nele como um elemento de união em uma comunidade.

Minha preferência é pelo futebol. Torço fervorosamente pelo Internacional e espero que neste ano ele consiga se reerguer e conquistar um título importante. Como deu pra perceber, sou colorado, e realmente torço para que o gigante da capital conquiste o Brasileirão. Mas a minha maior torcida é por outra equipe vermelho e branco.

O Internacional do Bairro Operário, equipe amadora da cidade onde eu moro, Humaitá, não montou equipes para a disputa do último campeonato municipal, realizado no ano passado. A comunidade sentiu. As arquibancadas, gramado e traves do Chacrinha da Comarca também sentiram. Até os adversários sentiram. Possivelmente todos os entusiastas do futebol em Humaitá tenham sentido. Não foi diferente comigo.

O campo, na sede do clube, foi abandonado. Agora, virou um potreiro, onde animais pastejam. Não se vê mais guris sem camisa correndo atrás de alguma bola suja. Não se ouvem mais os foguetes que anunciavam a chegada do time visitante. Há tempos que o aroma da carne assada não invade mais a casa da vizinhança. E o que dizer do pão com salsichão no meio da tarde? E da mulherada que torcia e xingava o juiz na beira do gramado? Bons tempos!


É com nostalgia que são recordadas as epopeias vividas naquele campo. É inevitável deixar escapar um sorriso. Porém, logo a euforia dá lugar a tristeza.

São muitos os motivos que levaram o Inter do Bairro Operário a situação em que se encontra. A começar pela redução do número de habitantes naquele local. Com a construção de casas populares, muita gente foi realocada em outros bairros. Alguns nem estão mais na cidade, pois não há muitas oportunidades em um município com cinco mil habitantes.  Os que foram para casas populares podem até estarem mais confortáveis na nova morada, aqueles que saíram em busca de emprego podem até ganhar um salário razoável, mas a relação com a vizinhança não será mais a mesma.

A prática esportiva alivia as tensões de um dia difícil no trabalho. O ideal seria melhorar as condições de moradia e trabalho, mas não piorar as condições de lazer. O tempo antes gasto com esporte, hoje é utilizado pra quê? Será que a gurizada tá estudando mais? Só se os professores agora estejam lecionando em bares ou à beira da estrada e lendo rótulos de bebidas ao invés de livros. 

Quero deixar bem claro que a intenção não foi desmerecer o trabalho dos professores. Pelo contrário, admiro e respeito demais esses verdadeiros heróis. No entanto, afastados do futebol, esses jovens não vão aproveitar para estudar mais, mas sim para fazer coisas erradas, ou será que foi por acaso que a polícia apreendeu drogas recentemente na cidade? O tempo gasto com esporte disciplina a criança, contribui para o aprendizado e afasta das drogas.

Por incrível que pareça, nem escolinha de futebol existe em nossa cidade. Os campos em condições mínimas de receber uma partida são de propriedade privada. A única quadra e campo públicos ficam no centro da cidade. Apesar de não ser muito distante, as pessoas não estão dispostas a atravessar a cidade para jogar futebol.  Elas querem fazer o gol e oferecer para a mãe que está na janela assistindo ao jogo. Para o avô que senta na sombra para acompanhar a partida cevando um bom chimarrão.

Portanto, se percebe que o futebol vai muito além de uma simples atividade física. É definitivamente um elemento de unificação social. Onde o bairro se faz bairro. A maneira que as pessoas encontram de se unirem em torno de um objetivo. Devemos canalizar essa paixão pelo futebol em reivindicações de mais apoio ao esporte em nossa cidade! Todos ganham com isso, exceto os traficantes que devem perder freguesia. 


Vamos investir em mais esporte e educação para não precisar gastar tanto com hospital e presídio. 

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Ao trabalho!

Miau! Finalmente tomei vergonha na cara e resolvi sair da toca. 

Após quase meio ano da criação do blog, aproveitei o clima de celebração à Yemanjá e mandei pelo ralo toda a preguiça que dominava esse corpo. Apesar do tempo em inatividade, a empolgação ainda é grande.

Aqui serão debatidos temas variados, com enfoque especial para a música, esporte e política. Opiniões e sugestões são bem-vindas, afinal, devemos sempre estar em constante aprendizado.